segunda-feira, 30 de março de 2015

O MITO DA HIGIENE BUCAL

Falar em "higiene bucal" como forma de dar combate às cáries é espalhar uma mentira. Higiene bucal seria um procedimento para limpar a boca de resíduos de alimentos. A tarefa de eliminar uma blaca bacteriana não é "higiene bucal" é um procedimento médico denominado debridamento, é profilaxia.

A escovação de dentes realizada pela população não elimina o biofilme. A higiene bucal contra as cáries de açúcar é um empreendimento, diga-se de passagem, apenas paliativo. Carlos Botazzo, por exemplo, em A Cárie como fetiche, diz: “Sabe-se que as cerdas da escova não alcançam o fundo da bolsa nem removem as colônias de bactérias gram-negativas ou anaeróbicas ali instaladas”.

Pesquisas dizem que o uso de fio dental pela população é insignificante. Segundo Loersche: “Não existem dados documentados mostrando que escovação e fio dental quando executados pelo paciente, previnem ou diminuem a cárie, embora possa se obter uma melhora na gengivite.”

Jaime Cury é duro: “Bactérias foram, estão sendo e serão enterradas sob uma restauração, independente do material usado”.
A placa bacteriana é um fenômeno renitente que poucas horas após a escovação está de volta. Já se fez experiência de tratamento sistêmico com penicilina durante dez dias que reduziu os níveis salivares de S. mutans em cerca de 99,5%. Três semanas após o tratamento a colônia estava de volta.

Nossos antropólogos, especialmente Weston Price, que era também dentista, registraram de seus encontros com “povos primitivos”, que muitos deles consumiam carboidratos e viviam com a boca suja, não praticavam nenhum tipo de higiene bucal, e, no entanto quase não possuíam cáries. E quando tinham eram do tipo crônico, manchas circunscritas ao esmalte, sem cavitação, “cáries” que não constituíam problemas. O açucaramento da dieta humana ocorrido depois da descoberta do Novo Mundo é que originou um TIPO NOVO de cárie dental que além de dor de dente, destruia-o completamente. Essa cárie de novo tipo é que forçou o surgimento da odontologia. Como a medicina já estava estabelecida e os médicos olhavam os "tira-dentes" com má vontade, a odontologia teve que se firmar como uma ciência e uma técnica ao largo da medicina.

Por isso a pandemia (epidemia é pouco) de cárie nunca vai acabar. Ela só vai acabar no dia em que o açúcar for varrido da mesa e jogado no lixo com açucareiro e tudo. A maior prova de que a odontologia é um fracasso em sua luta contra as cáries é o sucesso da indústria de próteses e da implantodontia. Só implanta dente quem o perdeu.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O AVANÇO DA DITADURA DO AÇÚCAR

     A humanidade da Idade Média para trás não consumia açúcar. O açúcar entrou na mesa para valer a partir do século XVI depois que o açúcar passou a ser produzido em larga escala no Novo Mundo recém-descoberto por portugueses e espanhóis. Durante 100 mil anos, portanto, a humanidade usava uma dieta isenta de açúcar. Há dez mil anos, com a revolução agrícola, passou a consumir grãos. E passou a ser consumidora de açúcar há pouco mais de 500 anos. A entrada em cena do açúcar se deu de uma maneira gradual. Primeiro o açúcar chegou à Europa como uma especiaria muito cara vinda do Oriente. No século XIV com o dinheiro utilizado para se comprar um quilo de açúcar na Inglaterra dava para se comprar dez cabeças de gado.

     Depois o açúcar começou a ser usado pelos boticários (os farmacêuticos de antigamente). Os árabes inventaram o xarope. No século XVI o açúcar colocou o pé na mesa à título de sobremesa. Agradou tanto que logo, logo ele pulou para a mesa propriamente dita. Gilberto Freyre em seu livro “Açúcar” registra: “A fartura de açúcar acirrou a tendência ao açucaramento da dieta dos portugueses e dos brasileiros”. Pois bem essa “tendência” ao açucaramento dura até hoje. Um estudo recente da Embrapa mostra a evolução do consumo de açúcar pelo brasileiro. Na década de 1930, o consumo médio por habitante era de 41 gramas por dia. Na década de 1950, foi para 82 gramas/dia. Nos anos setenta, eram 109 gramas diárias. Nos anos 1990, o consumo subiu para 136 gramas. A última medição da Embrapa é do ano 2000 e mostrou que o brasileiro consome até 150 gramas por dia. Nos dias de hoje, do ano de 2015 o brasileiro consome por ano em média mais de 60 quilos de açúcar ou mais de 164 gramas diárias "em média". A Organização Mundial de Saúde (OMS) gostaria que as pessoas consumissem de calorias do açúcar apenas 5% das calorias totais ingeridas diariamente. Para uma dieta de 2000 Kcal isso representa apenas 25 gramas de sacarose refinada por dia. Tem brasileiro  consumindo SETE ou OITO vezes mais açúcar que o recomendado pela OMS posto que o cálculo da Embrapa é para "consumo médio", e a OMS propõe um "teto de consumo"; mas não se faz nada por causa da força do lobby dos traficantes de açúcar. O Brasil consome apenas O DOBRO da quantidade de sal recomendada pela OMS e o Ministério da Saúde já tomou providências com a indústria de alimentos para solucionar o problema. A indústria está adicionando menos sal aos alimentos industrializados.

Malgrado esta realidade, a ditadura do açúcar continua avançando, o açucaramento da mesa continua de vento em popa. Não faz muito tempo as pizzas conhecidas eram: napolitana, mussarela, alice, portuguesa, quatro queijos, etc. Hoje já existe a asquerosa pizza doce. A pizza tradicional, salgada já fazia parte da ração açucarada ( a massa e o molho de tomate continham açúcar). A pizza doce é o fim da picada. Com as empadas a mesma coisa. Antes limitavam-se à palmito, camarão e galinha. Hoje as patogênicas empadas doces já estão aí: “romeu e julieta” (goiabada com queijo), chocolate, etc.

Anteontem vi no programa de Ana Maria Braga a apresentação de uma farofa doce. Uma farofa normal à qual acrescentava-se pêssego e/ou cereja em calda de açúcar. Com isso Ana Maria transformava a farofa de um alimento saudável num prato patogênico. Aliás Ana Maria Braga é uma competente promotora do avanço do açucaramento da dieta (e das doenças crônicas subsequentes). Já vi em seu programa um sujeito apresentando uma geleia de azeitonas. Num “concurso” de cachorros-quentes o vencedor foi o cara que acrescentou açúcar mascavo ao hot dog dele. Certa vez apresentou uma inovação à velha torta de bananas da vovó: encharcou-a de leite condensado. O máximo em termos dessa barbaridade, creio que foi uma porcaria apresentada por Ana Maria cujos ingredientes eram: biscoito recheado (30% açúcar), achocolatado (60% açúcar) e leite condensado(70% açúcar). E ainda teve a cara de pau de dizer que o doce poderia ter sabores. O biscoito recheado é que determinava o sabor: morango, chocolate, baunilha...
    Se a humanidade quiser se livrar das epidemias de cárie dentária, obesidade, doenças cardiovasculares, etc., terá que deter a expansão dessa ditadura e expulsar da mesa esse corpo estranho doce e nocivo.